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Teóricos da nova geração custam a enxergar as peças na mesa


Teóricos da nova geração custam a enxergar as peças na mesa

A cada dia me convenço que a nova safra de treinadores do futebol brasileiro se vale muito da teoria. Cadê os olhos para enxergar algo em campo?

Citei na postagem anterior que o treinador Hélio dos Anjos, da Ponte Preta, deu um ‘nó tático’ no comandante do Bahia, Guto Ferreira.

Categorias: Colunas

Por: ARIOVALDO IZAC – –, 21/05/2022

Técnicos novatos demoram para ‘enxergar’. Foto: Felipe Oliveira – ECB

Campinas, SP, 21 (AFI) – A cada dia me convenço que a nova safra de treinadores do futebol brasileiro se vale muito da teoria, se prende ao projeto pré-jogo com circunstâncias de atacar e ser atacado, mas quando aparece uma variante no meio disso tudo cadê olhos pra enxergar?

Citei na postagem anterior que surpreendentemente o treinador Hélio dos Anjos, da Ponte Preta, deu um ‘nó tático’ no comandante do Bahia, Guto Ferreira.

Na prática, quando se usa o bordão ‘nó tático’ entende-se que o treinador vencedor colocou em prática a sua filosofia e assim ajudou a levar à sua equipe à vitória, mas no caso específico a citação entrou no campo da exceção.

O jeito que Dos Santos moldou a sua equipe, povoando o meio de campo e prática de toques curtos em evolução ao campo ofensivo refletiu em engessamento do time do Bahia a partir dos 15 minutos do primeiro tempo, quando o mandante havia aberto o placar, depois de tremenda pressão.

DANILO GOMES

Parte das construções das jogadas ofensivas do Bahia passava pelos avanços dos laterais, principalmente Luís Henrique, pelo lado esquerdo.

Douglas Borel, lateral do lado direito, avançava pra receber o passe.

Aí, sabiamente a Ponte Preta convergiu jogadas ofensivas com Danilo Gomes, do lado direito de seu ataque, justamente para explorar as deficiências de Luís Henrique na marcação.

Pois o time do Bahia passou a rifar bola de trás, basicamente presenteando a Ponte, que recomeçava as jogadas.

CENTROAVANTE

Ora, se a Ponte não dispunha de atacante centralizado – o chamado centroavante – respondam: pra que a manutenção do posicionamento da dupla de zaga do Bahia, formada por Ignácio e Luís Otávio?

Certamente treinadores com espertices dos saudosos Carlinhos (ex-Flamengo), Cilinho e até o atual Abel Ferreira, do Palmeiras, simplesmente deslocariam o central Ignácio para a beirada do campo, e com isso dariam liberdade para que o lateral Douglas Borel voltasse a repetir aqueles avanços mostrados quando o predomínio do jogo era do Bahia.

FABRÍCIO

A rigor, de certo Guto Ferreira até desconhecia que o lado esquerdo defensivo da Ponte Preta, com o zagueiro Fabrício e lateral Jean Carlos, tem falhado na marcação.

Talvez tivesse chegado a essa conclusão apenas quando o seu atacante de beirada Victor Jacaré usou com sucesso aquele lado, na origem da jogada que resultou no segundo gol do Bahia.

A surpresa é que Guto Ferreira sempre foi decantado como treinador com visão privilegiada de bola rolando, e pelo menos neste jogo a prática não mostrou isso.

GUARANI

Em cima do mesmo tema, veja o reflexo do demitido treinador Daniel Paulista e do então interino Ben-Hur Moreira quando preteriram o centroavante Lucão, para que o escalado fosse Nicolas Careca.

Na volta à equipe contra o Vasco, Lucão estava sem ritmo e não repetiu atuações mostradas no último Paulistão.

Se já se sabia que Careca não corresponderia, por que desestimularam Lucão sacando-o do time?

Essas coisas mostram a falta de discernimento da treinadorzada da nova geração.

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